Qual tem a borboleta por costume,
Que, enlevada na luz da acesa vela,
Dando vai voltas mil, até que nela
Se queima agora, agore se consume,
Tal eu correndo vou ao vivo lume
Desses olhos gentis, Aónia bela;
E abraso-me por mais que com cautela
Livrar-me a parte racional presume.
Conheço o muito a que se atreve a vista,
O quanto se levanta o pensamento,
O como vou morrendo claramente;
Porém, não quer Amor que lhe resista,
Nem a minha alma o quer; que em tal tormento,
Qual em glória maior, está contente.
Luís de Camões
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1 comentário:
Olá Alda!
Agredeço sua visita e volte quando
quiser em meu blog.
Fico feliz por ter encontrado este seu, muito bonito e com poemas que enchem nosso coração de sentimentos bons.
Abraço!
Vanessa.
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