sábado, 18 de outubro de 2008

Tortura




Tirar dentro do peito a Emoção,
A lúcida verdade, o Sentimento!
-- E ser, depois de vir do coração,
Um punhado de cinza esparso ao vento!...

Sonhar um verso de alto pensamento,
E puro como um ritmo de oração!
-- E ser, depois de vir do coração,
O pó, o nada, o sonho dum momento...

São assim ocos, rudes, os meus versos:
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!

Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!!

Florbela Espanca

4 comentários:

Fernando Santos (Chana) disse...

Olá Alda...Excelente...
Beijos

nieves disse...

El arbol centenario o milenario está muy bonito. ¿De cuántas generaciones e historias habrá sido testigo?

Un abrazo.

Alda disse...

Olá Fernando,
Obrigado! Beijinho

Alda disse...

Nieves,
Muitas gerações, e histórias podes crer!
Beijinho