quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A porta do lado..


A Porta do lado


Quando os desacertos da vida ameaçarem o seu bom humor, não estrague o seu dia... Use a porta do lado e mantenha a sua harmonia.
Lembre-se, o humor é contagiante - para o bem e para o mal - portanto, sorria, e contagie todos ao seu redor com a sua alegria.
A "Porta do lado" pode ser uma boa entrada ou uma boa saída...
Experimente!

Dráuzio Varella

foto da net

sábado, 1 de outubro de 2011

Apenas os teus olhos… sem palavras



Já é Outono e as pessoas evoluem em passo lento, resignadas e cansadas.
Os corpos despegados soltam-se a espaços

Há rostos que falam, que contam histórias...olhares brilhantes, sorridentes, outros tristes, marejados discretos.

As palavras perdem-se.

Algumas nem se dão por achadas, os gestos tocam e encontram-nos.

As palavras tentam, mordem, alcançam, cantam-se e ferem, abanam e apoderam-se de nós, enlaçando, remexendo, correndo desabridas sem alcance.

Vivemos suspensos num tempo de nada, tentando derrubes de defesas construídas com cuidado e propriedade.

Leio as tuas histórias sem nome nem rosto, maquetas construídas a preceito, palavras que sublinham desenho, leituras suaves e um deserto de emoções à deriva.

Quando te olho não preciso de palavras.

Mas tu fazes um cerimonial de desacertos e procuras a geometria do meu corpo na voragem dos dias.

Lábios deslumbrados e sangue dos sentidos, lábios com palavras escritas por mim.

Quando te oiço não preciso da tua presença.

Pedaços de teias, enredos, labirintos, medo de abraços sem antestreia nem ensaio geral.

Tempo sem espaço, dias e noites em desacordo, voragem dos dias.

O âmago da solidão que me invade e me habita,o solfejo em partituras, o teu regresso ao meu sorriso, adjectivos e perífrases prolongadas.

Já é Outono e os corpos a descompasso, olhares profundos, inquietos, a memória da terra, a minha ausência temporal.

Jardins de ódios e afectos, buganvílias e ervas aromáticas, um oceano no teu olhar, Cassiopeia em meu redor, sonhos líricos vertiginosos.

São escritos que concebes e eu acolho, invasão nocturna sem gestos nem afagos.

Apenas os teus olhos sem palavras.

Publicada por Pedro Viegas

Blogue http://1000conversas.blogspot.com
Foto alda